Autor: Davi Caldas
Páginas: 420
Editora: Clube de Autores
Ano : 2014
Classificação: 5/5
Sinopse: Supostamente Cruel é um livro que responde a uma série de perguntas embaraçosas sobre o caráter do Deus judaico-cristão - perguntas estas que são levantadas através da leitura de algumas passagens polêmicas do Antigo Testamento. Não é cruel e imoral que Deus mate ou mande matar? Deus realmente favorece alguns em detrimento de outros? As ordens de Deus contidas no Antigo Testamento para o extermínio de alguns povoados de Canaã dão margem aos seres humanos para matar quem quiser em nome de Deus? Deus era mesmo favorável à escravidão, ao machismo e à xenofobia? Por que existe tanta brutalidade na primeira parte da Bíblia? O que mudou do Antigo para o Novo Testamento? E o que permanece? O Deus do Antigo Testamento é o mesmo Deus do Novo Testamento? A minha crença nesse Deus pode ser considerada moral e racional? Primando sempre pelas respostas racionais, objetivas e que tenham respaldo bíblico, o escritor Davi Caldas responde estas e outras perguntas neste livro - Supostamente Cruel.
À duras penas me dei conta
de que a dificuldade do viver cristão não se encontra em fazer ou deixar de
fazer determinadas coisas em nome da fé professada, mas sim de atravessar as
intempéries da vida com confiança de que Deus continua no controle e de que Ele
é amor e jamais nos poupará bênçãos e alegrias, mesmo as circunstâncias dizendo
o contrário. Essa constatação me levou a sentir um desejo ardente de conhecer
mais e mais o meu Criador, uma vez que é impossível confiar em quem não
conhecemos. Dessa forma, ao terminar leituras como a de Supostamente Cruel vejo-me convicta de que Deus também possui um
desejo ardente de revelar-se ao homem, pois, além de inspirar homens a escreverem
sua palavra, Ele também inspira autores contemporâneos a fim de ajudar-nos a conhecer
e interpretar as Escrituras Sagradas, as quais dEle testificam.
Supostamente
Cruel é um livro argumentativo capaz de fazê-lo mudar radicalmente
de visão acerca do Deus do Antigo Testamento e desta porção da Bíblia em si.
Digo isso, pois reconheço que muitas vezes a leitura da Bíblia parece nos
mostrar que o Novo Testamento subverte o Deus apresentado no Antigo Testamento.
Uma vez que, se por um lado, Jesus parece não julgar ninguém e sempre demonstra
misericórdia, por outro lado, as inúmeras guerras travadas por Israel com o
suposto aval de Deus podem pintar uma imagem tirana do Senhor dos hebreus.
Assim sendo, creio que por reconhecer esse hipotético antagonismo, Davi Caldas
coloca em pauta as questões bíblicas capaz de confundir o leitor mais atento;
fazendo-nos inferir, nas linhas e entrelinhas de seus argumentos, que Deus é
puro amor.
“As evidencias estão a favor de uma só Bíblia apresentando um só Deus”.
Com uma escrita que se
mescla entre o singular e o plural da primeira pessoa, o autor, ora assume papel
de condutor – como um guia turístico em um tour pela cidade, nos fazendo
passear pelo contexto cultural e civil do Antigo Testamento –, ora assume o
papel de advogado de Deus. Quanto ao papel de guia ou condutor ele o fez com um
brilhantismo admirável, dando voz aos nossos questionamentos e abrindo janelas
de entendimentos em relação às dúvidas que nem sabíamos que possuíamos. Ao
fazer isso, o autor não deixa margem às quanto à possibilidade de que Deus
possa ser machista, xenófobo, homofóbico, cruel e de caráter duvidoso. Ele
coloca em xeque cada uma das críticas que podem ser feitas ao Criador. E é aí
que Davi Caldas se apresenta como advogado, já que sua obra pode ser resumida
como sendo uma série de argumentos inteligentes a favor do caráter do Pai
Celestial. Portanto, como um advogado apaixonado, ele ilustremente destrói
todas as acusações da promotoria. Sendo assim, as passagens bíblicas que
aparentemente dão margem a um parecer ruim da imagem do Senhor, revelar-se-ão,
sob a análise feita em Supostamente Cruel,
mal interpretadas e não mal escritas como muitas vezes cremos.
“A suposição de que Deus é cruel, sanguinário, impaciente, sádico e discriminador é falsa. (...) A Bíblia ensina categoricamente que o Deus do Antigo Testamento é mesmo do Novo Testamento. (...) Todas as evidencias que buscamos na Bíblia apontam para um Deus que se esforça muito para salvar pessoas. Um Deus que não faz acepção de ninguém.”
O gostoso de ler esse livro
é perceber o quanto ele é inteligente, sagaz e ao mesmo tempo simples e de
fácil entendimento. Sua linguagem não é rebuscada, seus argumentos caminho
sempre sob um viés de raciocínio lógico e as analogias apresentadas são claras.
No fim das contas, a leitura de Supostamente
Cruel revela-se um apoio para o crescimento da fé, alicerçamento da razão
cristã, expansão do conhecimento bíblico e, claro, uma ajuda ao leitor a fim de
que este conheça mais sobre o caráter de quem ele pode a tudo confiar. Faço uma
ressalva apenas ao fato do autor recorrentemente citar os críticos de uma forma
pejorativa. Creio que nem sempre alguém que critica a Bíblia ou o Deus
apresentado por ela faz isso por prazer, talvez tais pessoas ajam dessa maneira
por mero desconhecimento ou ingenuidade. Mas essa é a minha opinião, e respeito
os que divergem de mim, embora, confesso, essa característica do livro tenha me
incomodado um pouco. Salvo isto, Supostamente
Cruel foi perfeito em todos os aspectos possíveis e me marcou profundamente
por ter ganhado um lugar especial na minha memória como sendo uma das melhores
leituras da vida. Eu o amei do início ao fim, pois o Senhor da minha vida foi
exaltado em cada uma das suas páginas. Mais que recomendo!
Pelo que você escreveu, deu vontade de ler o livro.
ResponderExcluirVou adicioná-lo à minha lista de "Quero ler" ;)
Esse tema é mesmo muito importante... (a aparente diferença entre o Deus do Novo e do Velho testamento). A questão das incontáveis guerras, entre outras, às vezes me deixa bem pensativa...
ResponderExcluirÉ bom saber da existência de Supostamente Cruel.